A UFSCar está promovendo a restauração ecológica de 8,5 hectares (85.000 m2) no Campus São Carlos com o plantio de mais de 10 mil mudas nativas do Cerrado. A área equivale é mais de sete campos de futebol oficiais.
As ações ocorrem em duas áreas estratégicas, sendo uma de Reserva Legal, antes ocupada por eucaliptos e atingida por um incêndio em 2021, e outra ocupada por capins invasores, que representam riscos de incêndios. Nesta segunda área, o processo de recuperação incluiu a remoção dos capins, preparo do solo, controle de formigas e plantio de mudas produzidas no viveiro do Departamento de Gestão de Áreas Verdes, Biodiversidade e Agroambientes (DeGABA)/SGAS. “Essas ações de restauração ecológica fortalecem a biodiversidade e contribuem para a conservação desse importante bioma”, explica Erica Pugliesi, docente do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) e secretária geral da SGA
A iniciativa, coordenada pela Secretaria Geral de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS), é fruto do projeto de extensão para o manejo e conservação da biodiversidade das áreas de vegetação da Universidade, gerido pela Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI UFSCar), que nasceu a partir de uma provocação do Ministério Público Federal (MPF) para a implementação de medidas para a recuperação das áreas atingidas.
O projeto consiste em um conjunto de ações integradas, envolvendo gestão, educação e comunicação ambiental, juntamente com a melhoria das condições de infraestrutura, para o manejo e conservação das áreas verdes do Campus São Carlos. Ele conta com cinco frentes de atuação que incluem as demandas de infraestrutura, diagnóstico, planejamento, plano de ação e execução das ações
A FAI UFSCar articulou ações emergenciais e estruturantes referentes ao projeto, garantindo flexibilidade e celeridade nos processos, desde a contratação de fornecedores até a execução das atividades no campo. A Fundação executou o planejamento financeiro, atenta ao cumprimento de prazos e acolhimento de demandas específicas do projeto, muitas vezes urgentes e imprevisíveis, como as ações derivadas de recomendações do MPF.
A partir do gerenciamento do projeto pela FAI UFSCar, foi possível estruturar as atividades e cada ação necessária para viabilizar a restauração ecológica em larga escala.
Erica Pugliesi, informa que o projeto se destaca por sua capacidade de unir diferentes setores da UFSCar e da sociedade.
“Estudantes, docentes, técnicos-administrativos e membros da comunidade externa participam ativamente das ações. Além disso, departamentos do Centro de Ciências Biológicas e de Saúde (CCBS), e do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET), como o Departamento de Engenharia Civil (DECiv) e o Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) da UFSCar estão diretamente envolvidos, reforçando a interdisciplinaridade e o caráter colaborativo da iniciativa”, comenta Erica Pugliesi.
Primeiros resultados
Com execução prevista até maio de 2027, o projeto já apresenta resultados, como a recuperação de áreas degradadas e a produção anual de cinco mil mudas de mais de cem espécies nativas do Cerrado. Esse avanço consolida o viveiro da UFSCar como uma importante referência na produção de espécies de Cerrado no estado de São Paulo.
“A atuação estratégica da Fundação, aliada ao engajamento da comunidade acadêmica, foi fundamental para transformar uma tragédia ambiental em uma oportunidade de inovação e restauração ecológica no Campus de São Carlos”, ressalta Erica.
Na FAI UFSCar o projeto é gerenciado pelo setor de Gestão de Projetos e envolve também os demais setores da Fundação para a sua realização, como de Compras, Financeiro e Jurídico.
Clalber Rogério Ferreira, coordenador de Gestão de Projetos, explica que este projeto apresenta muitas particularidades e que a atuação próxima da SGAS tem sido determinante para a sua implementação, com destaque para as orientações legais, uma vez que ele atende diretamente as demandas apresentadas pelo MPF.
A FAI UFSCar é responsável por atender os pedidos que estão no plano de trabalho, assessorar na implementação das ações, realizar readequações orçamentárias que envolvem as atividades de educação ambiental, a partir do envolvimento dos cursos na realização de algumas atividades, manutenção dos aceiros, a queima prescrita, entre demais demandas do projeto.
“É gratificante ver os resultados do nosso trabalho concretizado. Acredito que o sucesso das ações, que têm resultado na regeneração do espaço, se dá pela estreita parceria entre a SGAS e a FAI UFSCar, evitando eventuais entraves na execução do projeto e trazendo êxito nas ações”, conta Genésio Gonçalves Barbosa, analista de projetos da Fundação e que trabalha com esta iniciativa.