Pacientes com dores agudas e crônicas recorrem a musicoterapia como tratamento

SEXTA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2017 Pacientes com dores agudas e crônicas recorrem a musicoterapia como tratamento

Estudos científicos já demonstraram que a música pode promover o equilíbrio entre o corpo e o emocional, proporcionando bem-estar físico e psíquico ao ser humano. Ela, segundo a Associação Americana de Musicoterapia (AMTA), age diretamente no cérebro e promove o controle de emoções, afetividade e motivação. Por meio da Musicoterapia, uso clínico da música para minimizar sintomas de várias doenças, é possível desenvolver potenciais e recuperar funções físicas, mentais, sociais e cognitivas. Crianças, adolescentes, adultos e idosos que sofrem com dores agudas e crônicas, incluindo mães em trabalho de parto, têm usado esta terapia.

O professor Fernando Vasilceac, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), explica que a música, além de aumentar a motivação das pessoas para se engajarem no tratamento, modifica padrões de comportamento e modula o sistema nervoso, o que pode trazer resultados positivos no combate a uma dor crônica – aquela que poderia ser resolvida em poucas semanas, mas que, apesar do tratamento, persiste. Em média, 40% da população mundial sofre deste mal, umas das principais causas de afastamento no trabalho.

Visando capacitar profissionais da saúde e também de outras áreas para lidar com o tratamento desta sensação física desagradável, a UFSCar recebe inscrições para o Curso de Especialização Interdisciplinar em Dor, no qual são discutidas suas causas, natureza, sintomas e formas de propagação, além de seu desenvolvimento e meios de tratamento, dentre eles a Musicoterapia.  A especialização aborda a dor desde a ciência laboratorial, passando por diagnóstico clínico, gestão até a prevenção.

No curso, docentes e pesquisadores renomados de diversas instituições – UFSCar, USP, UNESP, UNICAMP, dentre outras – apresentam as principais síndromes dolorosas e suas intervenções cirúrgicas, farmacológicas, não-farmacológicas ou cuidados paliativos, além do empreendedorismo e da pesquisa clínica que também compõem a grade curricular, dividida em dez módulos com carga horária de 368 horas totais.

“Não há nenhuma outra especialização que aborde com esta dimensão e de forma interdisciplinar a dor. Na maioria dos cursos a dor surge com um dos vários sintomas dentro do processo de uma doença, mas não é detalhada, muito menos discutida por profissionais de diferentes áreas. Nesta pós-graduação, há aulas práticas para estimular o raciocínio crítico”, afirma o professor Fernando, que também coordena o curso na UFSCar. A especialização apresenta ainda aspectos relacionados a neurociência, que pode explicar a relação entre dor e música, além de educação, espiritualidade, religiosidade, finitude e morte.

Assistentes Sociais, Biomédicos, Biólogos, Educadores Físicos, Enfermeiros, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Gerontólogos, Médicos, Musicoterapeutas, Nutricionistas, Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais e profissionais de demais áreas de interesse podem participar.

Os interessados podem se inscrever por meio do site www.especial